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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Montreal. A cidade do Jazz

     Chegamos à estação central de Montreal. O ambiente se mostrava diferente das outras regiões canadenses que havia estado. Não somente por passar ouvir a sonoridade fluente do francês nas bocas dos indivíduos comuns que passavam por mim, mas por um estado de alegria que não havia ainda visto no comportadíssimo canadense. Havia alguma africanidade e latinidade dando cores àquele lugar naquele dia. Era dia 6 de Julho.
Ao deixarmos a estação, puxando nossas malinhas para um hotel próximo, no centro da cidade, cruzamos por uma primeira demonstração real para meus devaneios: Carros alegóricos, repletos de destaques fantasiados, seguidos por uma multidão, cruzavam uma grande avenida. Curiosamente, foliões acompanhavam o cortejo, que seguia ao som metálico de marimbas e outros instrumentos caribenhos. Era um desfile de carnaval de Trinidad e Tobago. Como acontece em eventos públicos no primeiro mundo, era um folião para cada policial. Aquele conjunto de guardas fazia parecer mais uma ala fantasiada de soldados, produzindo um contraste entre alegria e austeridade preocupada bastante engraçada.
   Chegamos ao hotel. As ruas estavam repletas de gente. Estávamos no penúltimo dia do famoso Festival Internacional de Jazz de Montreal.  São diversos palcos, de todos os tamanhos, espalhados por todo o centro da cidade. Barrraquinhas da organização fornecem, além da quinquilharia usual, a programação dos espetáculos que ocorrerão naquele dia e de graça. O festival, hoje em dia, abriu o sentido da palavra Jazz. Há todo tipo de música. Poderia se chamar de Festival de World Music de Montreal. As ruas são semicercadas por portais, onde você é revistado, e também suas sacolas , para seguir adiante. Depois das revistas, o ambiente é muito salutar. Todo mundo quietinho. Famílias, casais, idosos, gente doidona e comportada. Todo mundo na maior paz. Ninguém briga. Não jogam cerveja nos outros. Muito bacana. Começam os shows, que de tantos, fica difícil escolher, e você fica lá assistindo. Nos intervalos, barraquinhas vendem cerveja, refrigerantes e a porcariada que norteamericanos comem.
   Vi um show de um cantor de Mali, um grupo de tango moderno, um jazz mais tradicional de uma big band. Tudo muito cheio, mas organizado. Conclui que o festival de Jazz de Montreal é um daqueles eventos que vale á pena ir somente por ele mesmo. Acontece todo ano e você tem informações no site http://www.montrealjazzfest.com/.

   Como o quente é á noite, aproveitamos para conhecer a cidade de dia. O sistema de metro é seguro e prático. Fomos ao centro olímpico, ver o estádio onde ocorreram as olimpíadas de 1976.- famosa por seu prejuízo financeiro pago até recentemente pela cidade. Vi as bandeiras dos países participantes- curiosamente não havia a brasileira- e pude deleitar-me com as antigas bandeiras de países que não mais existem, principalmente as inúmeras repúblicas socialistas, que faziam das olimpíadas uma vibrante disputa entre os blocos ocidentais e orientais. Algo que não existe mais e que deixaram os Jogos Olímpicos mais sem graça.  Quem já assistiu um jogo de basquete entre EUA X URSS em uma olimpíada sabe o que estou dizendo.
   Saindo do complexo olímpico- tímido- até diria; seguimos a pé para o próximo jardim botânico de Montreal. Um parque enorme, com diversas áreas temáticas. Existem jardins chineses, com edificações típicas orientais, japoneses, de rosas, insetários e outros. São realmente bonitos e bem cuidados. http://www2.ville.montreal.qc.ca/jardin/en/menu.htm
   Outra opção interessante é o Biodome, um ambiente que tenta retratar diversos ecossistemas mundiais em uma grande exposição. Infelizmente, fiquei sabendo que está fechado por questões trabalhistas.
   Um passeio de cunho religioso, na periferia de Montreal, é a Basílica de São José. Trata-se do maior templo do mundo dedicado a São José e, para os de fé católica, é um passeio obrigatório. Metro: Côtes des neiges. http://www.saint-joseph.org/

   A atração maior da cidade, contudo, é uma outra igreja. Trata-se da bela Basílica de Notre Dame. http://www.basiliquenddm.org/ . Construída em 1656, possui um belo interior que merece uma visita.  Siga depois para as ruas laterais da velha Montreal.
 Se perca entre vielas estreitas com restaurantes charmosos, bares, lojinhas, com um aspecto bastante europeu de cidades antigas. É ,talvez, o ponto alto da visita a esta cidade.  Para nós aqui então Jazz Montreal.

No dia seguinte, partimos Quebec adentro com direção á cidade de mesmo nome.



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