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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Cidade de Québec. A cereja do Bolo

  Após percorrermos milhares de quilômetros por este imenso país, o Canadá, chegamos à cereja do bolo: Quebeque ou Québec.
  A sensação é aquela de que você tem, saboreando um bolo, ao chegar ao seu final. A cobertura tem aquela cereja que você preservou para o fim e que produz, ao mordê-la, aquela explosão adocicada que atinge toda a sua boca, num último prazer gustativo, deixando as pobres papilas gustativas tontas de prazer.
  É assim que vejo esta cidade, construída em um abrigo lá em cima da montanha, olhando lá embaixo o braço mais estreito do rio São Lourenço que, ainda enorme, move-se majestosamente em direção ao oceano.
  Esta localização altiva e privilegiada serviu de abrigo providencial em muitos momentos passados. A constância da necessidade de defesa,seja em seu começo, contra os seus povos autóctones ou depois, contra o grande império britânico, permitiu que sua localização fornecesse guarda e identidade para esta cidade tão francesa.
  Fundada em 3 de Julho de 1608 pelo francês Samuel de Champlain, em terras dos povos Algoquins e Iroqueses, cresceu lentamente sob a cobiça britânica e o abandono francês. Esta cidade da Nova França, muitas vezes conquistada por ingleses, apesar de já ter sido capital do chamado ironicamente “Canadá Inglês”, sempre se manteve francesa em suas tradições. Os turbilhões de sua história fizeram com que o orgulho da origem franca crescesse nos corações e mentes deste povo que tem como base cultural o seu apego à antiga metrópole. Esta relação, ao contrário de outras entre ex-colônia e metrópole, é totalmente inversa ao normal. Aqui, os colonizados amam a metrópole, ao invés de reclamarem sua herança de sofrimento, exploração ou outras mazelas, como acontece com tantos povos.
  Evidentemente, a miscigenação ausente com seus povos de origem, a sua total aniquilação e o controle migratório restrito à França e francófonos, além de seu distanciamento defensivo do Canadá inglês e seu julgo britânico intermitente , permitiu a sua sobrevivência. Hoje em dia Québec é Canadá e parece que os desejos até recentes de separação foram sepultados por outros interesses maiores.
  Coberta por neve a maior parte do ano, a cidade é normalmente gélida no que se refere a clima. Mas sua característica arquitetônica e urbanística única a faz muito especial na América do Norte, cheia de cidades modernas, semelhantes e plastificadas. A única “cidade” entre as 35 áreas patrimônio da humanidade da UNESCO nos dois países ricos da América do Norte e única cidade murada da região é Québec.
  É na velha Québec, esta região por dentro de seus muros, que você deve escolher o lugar onde irá se hospedar. Fiquei no acessível e simpático Hotel Champlain (hotelchamplainquebec.com) .Como a cidade não é grande, qualquer localização em seu interior será adequada.
  Muros com pórticos, ruelas tortuosas com pisos em pedras cortadas, casas de arquitetura francesa, cavalos passeando com turistas, galerias de arte, lojinhas, centenas de turistas se acotovelando, restaurantes franceses, francófilos e pseudofrancófilos. Tudo isto é Québec. Num primeiro momento pode dar a impressão de uma cidade medieval francesa administrada pela Disney. Esta sensação dá uma aparência inicial uma pouco incômoda. Fica parecendo imitação. Mas depois de você percorrer suas ruas e se misturar com suas multidões verá que, se a cidade é turística de massa demais, se deve não a uma transformação forçada para se mostrar assim, mas por ser, em síntese, bela per si.
  Apesar de um grande museu : o museu da civilização http://www.mcq.org/index_fr.html , que você deve ir se tiver tempo, a cidade em si é a atração. Preste atenção ao forte de Québec: a grande muralha de quatro quilômetros de extensão, construída em 1760, para proteger a cidade dos lagostas vermelhas (soldados ingleses), veja a praça real, a linda rua petit Champlain com suas casas ainda originais e, fora das muralhas, o velho porto para passear e, como não poderia deixar de ser, a sua visão mais imponente: o chateau Frontenac, sempre preponderante na visão sistêmica da cidade emurada.
  Mas o seu maior encanto está em seus aspectos microambientais. Entrar em suas lojinhas , casas, bares, creperias, cafés.
 E principalmente, observar o que acontece nas ruas. São inúmeras as apresentações de grupos musicais, estátuas vivas, música de todo o planeta e figuras fantasiadas que vão de pessoas a insetos gigantes. Tudo dentro do espírito da terra do circo mais famoso do mundo, o cirque du soleil, que celebra o sol. Talvez por ser este celebrado sol tão raro por estas bandas. Talvez porque celebrar a vida é possível homenageando o sol, amigo ausente e que, quando presente, deve ser comemorado em cada segundo de um dia longo de verão na histórica Québec.

Damos adeus a este grande país.
Nos encontraremos em nosso próximo destino: o Havaí

Montreal. A cidade do Jazz

     Chegamos à estação central de Montreal. O ambiente se mostrava diferente das outras regiões canadenses que havia estado. Não somente por passar ouvir a sonoridade fluente do francês nas bocas dos indivíduos comuns que passavam por mim, mas por um estado de alegria que não havia ainda visto no comportadíssimo canadense. Havia alguma africanidade e latinidade dando cores àquele lugar naquele dia. Era dia 6 de Julho.
Ao deixarmos a estação, puxando nossas malinhas para um hotel próximo, no centro da cidade, cruzamos por uma primeira demonstração real para meus devaneios: Carros alegóricos, repletos de destaques fantasiados, seguidos por uma multidão, cruzavam uma grande avenida. Curiosamente, foliões acompanhavam o cortejo, que seguia ao som metálico de marimbas e outros instrumentos caribenhos. Era um desfile de carnaval de Trinidad e Tobago. Como acontece em eventos públicos no primeiro mundo, era um folião para cada policial. Aquele conjunto de guardas fazia parecer mais uma ala fantasiada de soldados, produzindo um contraste entre alegria e austeridade preocupada bastante engraçada.
   Chegamos ao hotel. As ruas estavam repletas de gente. Estávamos no penúltimo dia do famoso Festival Internacional de Jazz de Montreal.  São diversos palcos, de todos os tamanhos, espalhados por todo o centro da cidade. Barrraquinhas da organização fornecem, além da quinquilharia usual, a programação dos espetáculos que ocorrerão naquele dia e de graça. O festival, hoje em dia, abriu o sentido da palavra Jazz. Há todo tipo de música. Poderia se chamar de Festival de World Music de Montreal. As ruas são semicercadas por portais, onde você é revistado, e também suas sacolas , para seguir adiante. Depois das revistas, o ambiente é muito salutar. Todo mundo quietinho. Famílias, casais, idosos, gente doidona e comportada. Todo mundo na maior paz. Ninguém briga. Não jogam cerveja nos outros. Muito bacana. Começam os shows, que de tantos, fica difícil escolher, e você fica lá assistindo. Nos intervalos, barraquinhas vendem cerveja, refrigerantes e a porcariada que norteamericanos comem.
   Vi um show de um cantor de Mali, um grupo de tango moderno, um jazz mais tradicional de uma big band. Tudo muito cheio, mas organizado. Conclui que o festival de Jazz de Montreal é um daqueles eventos que vale á pena ir somente por ele mesmo. Acontece todo ano e você tem informações no site http://www.montrealjazzfest.com/.

   Como o quente é á noite, aproveitamos para conhecer a cidade de dia. O sistema de metro é seguro e prático. Fomos ao centro olímpico, ver o estádio onde ocorreram as olimpíadas de 1976.- famosa por seu prejuízo financeiro pago até recentemente pela cidade. Vi as bandeiras dos países participantes- curiosamente não havia a brasileira- e pude deleitar-me com as antigas bandeiras de países que não mais existem, principalmente as inúmeras repúblicas socialistas, que faziam das olimpíadas uma vibrante disputa entre os blocos ocidentais e orientais. Algo que não existe mais e que deixaram os Jogos Olímpicos mais sem graça.  Quem já assistiu um jogo de basquete entre EUA X URSS em uma olimpíada sabe o que estou dizendo.
   Saindo do complexo olímpico- tímido- até diria; seguimos a pé para o próximo jardim botânico de Montreal. Um parque enorme, com diversas áreas temáticas. Existem jardins chineses, com edificações típicas orientais, japoneses, de rosas, insetários e outros. São realmente bonitos e bem cuidados. http://www2.ville.montreal.qc.ca/jardin/en/menu.htm
   Outra opção interessante é o Biodome, um ambiente que tenta retratar diversos ecossistemas mundiais em uma grande exposição. Infelizmente, fiquei sabendo que está fechado por questões trabalhistas.
   Um passeio de cunho religioso, na periferia de Montreal, é a Basílica de São José. Trata-se do maior templo do mundo dedicado a São José e, para os de fé católica, é um passeio obrigatório. Metro: Côtes des neiges. http://www.saint-joseph.org/

   A atração maior da cidade, contudo, é uma outra igreja. Trata-se da bela Basílica de Notre Dame. http://www.basiliquenddm.org/ . Construída em 1656, possui um belo interior que merece uma visita.  Siga depois para as ruas laterais da velha Montreal.
 Se perca entre vielas estreitas com restaurantes charmosos, bares, lojinhas, com um aspecto bastante europeu de cidades antigas. É ,talvez, o ponto alto da visita a esta cidade.  Para nós aqui então Jazz Montreal.

No dia seguinte, partimos Quebec adentro com direção á cidade de mesmo nome.



Ottawa e sua National Gallery

   Chegamos a Ottawa ( a sílaba tônica é o 0) no início da tarde. Bonita estação de trens. Deixado o comboio, após nosso mais longo trecho por planícies e mais fazendas com plantações de trigo e feno e talvez cevada, lá estávamos. Não sendo central, fomos de táxi até o hotel, na cidade. Ficamos hospedados no excelente Albert at Bay hotel .albertatbay.com
  Resolvemos passar o fim de semana na cidade. Por ser a capital do país e uma cidade administrativa, sabíamos que ela estaria tranquila no fim de semana, o que nos permitiria também um certo descanso dos dias anteriores.
  Como toda capital, os pontos de maior interesse são os edifícios relativos aos poderes do país.
  Desta forma, descemos a rua do hotel e fomos conhecer a Corte Geral de Justiça e logo depois o Parlamento. Tivemos a fortuna de ver uma tradicional troca de guardas e parada de soldados com seus uniformes britânicos-like, iguais aos do Reino Unido, com banda, direito a gaitas de fole e parada.



 Bastante interessante, principalmente para quem tem aquele carinho de infância por soldadinhos. Logo depois , fomos visitar o exterior do Parlamento. O prédio tem estilo bem britânico, com sua arquitetura anglosaxônica típica, parecendo que saiu do falecido arquiteto do parlamento de Londres.
 O que me chamou mais a atenção foi a sua grande biblioteca, em um prédio lateral ao Parlamento, com sua geometria em forma de cilindro. Uma jóia cujos livros se fazem merecedores.
  Ao lado do parlamento observamos jardins muito bem cuidados. Um microzoo com um guaxinim passeando- aquele mesmo que servia para, assassinado, produzir os chapéus do Daniel Boone de um seriado de TV dos anos 60-70. Hoje o bichinho é cuidado com carinho (os descendentes dos que não viraram chapéu).


  Depois fomos curtir um restaurante ao ar livre em uma das ruas paralelas ao Parlamento. Tomamos um vinho e ouvimos o show ao vivo de uma espécie de Barry White canadense, que cantava as senhoras desacompanhadas enquanto destilava-se em whiskey- a versão canadense do produto escocês- e dedilhava seu órgão e sua voz rouca e poderosa, mas sofrível. O que importa é que  até compramos um cd do performer, que nunca ouvimos.
  Passeamos pelo comércio e rumamos para um daqueles restaurantes tipo outback.
  No dia seguinte; um dia lindo de verão, fomos ao famoso e simpático canal Rideau. Pista de patinação no inverno e , no verão, um lugar bacana para se passear, observar seus patos competindo por espaço, seus pedalinhos, estátuas e jardins que o margeiam, e muita gente bonita.
  Terminamos o dia indo ao espetacular National Gallery http://www.gallery.ca/. Trata-se de um museu enorme, cujo aspecto mais interessante é a história do Canadá exposta em diferentes salas. Desde a cultura nativa dos seus habitantes autóctones , ate´os tempos atuais, passando por seu período de colonização, imigração, independência (relativa), constituição da nação bicultural e muito mais.
O que achei mais bacana é que você entra na história, porque existem atores que fazem o papel de colonos na época do início de sua colonização e te levam, por dentro de ambientes que simulam uma antiga cidade canadense do século 16, a se sentir parte da existência do lugar, com seus aspectos culturais, suas formas de convívio entre os habitantes e seus costumes. Você é tratado como parte da trama, como naqueles teatros experimentais. Adorei...
              ''Carte geographique de la Nouvelle France"
  No dia seguinte, pegamos novos trilhos e seguimos para a cidade do Jazz, já em terras francocanadenses. a NOUVELLE FRANCE: Montreal em Quebec

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Toronto. Muito mais que uma pequena Nova Iorque

     Toronto é definitivamente uma grande cidade. Seus prédios  parecem alcançar as estrelas. Uns mostrando aos outros as suas vestimentas de vidro, cimento e metal.  Com suas  arquiteturas de diversos estilos de época, gerando admiração e inveja nos demais arranha-céus. Aos seus pés, divididos por entre grandes avenidas - que diante do gigantismo das edificações parecem minúsculos caminhos- circulam microscópicos automóveis e muita gente, que se não fossem pela quantidade, nem seriam sequer notados.

    Sempre  lambida por um vento constante que vem de seu grande lago, o lago Ontario, podendo refrescar um dia quente de verão ou congelar os ossos nos demais dez meses do ano.
   Toronto é bela, em sua modernidade. Cosmopolita. Com gente  representando  todo o planeta , seja por suas faces,  por infinitos restaurantes de todos seus recantos, bares, cafés e lojas multiétnicas. Seu charme torna injusta a máxima de que seria somente uma pequena Nova Iorque. A assertiva tola, a toda hora ouvida dos locais, de que produtores e cineastas filmam em Toronto para fingir ser Nova Iorque, não me parece nenhum elogio. Toronto não precisa da comparação com a gigante do sul para se promover.

   Vale á pena andar por seus diversos bairros. Perca-se por entre áreas de grandes prédios,regiões de ruas estreitas  com casas vitorianas, lojinhas variadas, restaurantes de cores e sabores estranhos e diversos, ou suas avenidas de grandes lojas e enormes  shopping centers, mas tudo com uma calma e limpeza tão canadense quanto a sua folha símbolo.
    Depois de um longo voo, chegando ao hotel, tome uma chuveirada e "pé na rua". Hospedei-me no Metropolitan hotel, de boa localização e boa relação custo-benefício . www.metropolitan.com/toronto
   Após o citado banho, caminhe até o famoso shopping Eaton Centre na chamada Downtown Yonge www.torontoeatoncentre.com. São centenas de lojas e uma grande praça de alimentação, para se avaliar e, eventualmente, comprar alguma lembrancinha, ou muito mais. Ao final deste primeiro dia, vá a um pub ou um café perto do hotel. Tome um drinque relaxante antes de recuperar o sono perdido.
   Na manhã seguinte, optei por visitar Niagara falls. Para conhecer a famosa queda d'água, pegamos o trem da estação central de Toronto e, após 1h 52 minutos, passando por cidades e planícies de fazendas, chegamos á pequena estação de Niagara Falls. O trem sai às 8:52 hs e retorna ás 18 hs, sendo estas as únicas opções de horários.
   Pode-se ir de diversas outras formas a Niagara. Desde excursões até  um carro alugado. Mas foi esta a opção que fizemos. Tudo comprado no site da eficiente  http://www.viarail.ca/ .
      Da estação, pegamos um ônibus para o parque onde fica a famosa cachoeira. A região é bonita e as quedas d'água – são duas- são um tanto impressionantes. Talvez um pouco chochas para quem está acostumado às quedas do Iguaçu. É natural do ser humano se encantar mais com o que não pode comparar. Um defeito humano apenas. As cachoeiras merecem mais. São bonitas sim. Há um passeio que os locais adoram, de barco, até próximo das mesmas, onde você poderá se encharcar com as suas águas.

    Após a vista das cachoeiras, há uma grande torre observatório e uma cidade  repleta de ruas, com lojas e restaurantes de tudo que há de  pior na cultura norteamericana. Tudo que for junk food, ou lojas de tralhas, bugigangas e porcarias, com uma poluição visual de doer na alma, está por lá. Tudo de um mal gosto absurdo. Para quem conhece, parece uma pleasure island da disney misturada com gente e uma bagunça que lembra a José Paulino em São Paulo na véspera do natal ( sem preços em oferta).

   O que salvou o dia foi termos descoberto um shopping cassino, onde pelo menos havia um ar condicionado, em um dia abrasante de verão, e um restaurante agradável.
   Aconselho a não me imitar e alugar um carro por um dia para visitar a região. Um aluguel de um dia fica a bom preço e você poderá visitar, após ver as quedas d'água, a cidade de Niagara on the Lake , que vale uma visita. Ainda tivemos de esperar um atraso de mais de 1 hora no trem do retorno, devido a medidas de segurança reforçadas no trem, que vinha dos EUA.
   No dia seguinte, pudemos curtir enfim a cidade de Toronto. Começamos o dia caminhando pelo centro até a torre CN. Após a revista de praxe e filas, seguimos para o seu observatório, em um dia muito bonito. É bacana ver o gigantismo da torre e a vista de toda a região em um verdadeiro cinema 360 graus ao vivo. Dá noção de como somos ínfimos no meio daquele mundão todo.
   Finda a visita, seguimos de taxi para Kensignton market, apesar do bom sistema de metro. http://www.ttc.ca/ . Trata-se de um bairro descolado, com arquitetura que vai de vitoriana a algo inclassificável, louquíssimo. Cafés descolados, lojas de multiprodutos de todas as origens planetárias e, não duvido, extraplanetárias. Almoçamos em um restaurante fusion de cozinha oriental-ocidental, com uma decoração belíssima , estilo budha bar de Paris. A visita ao bairro vale á pena, por entre seus tipos tão diversos e tantas multicores.
   Á noite, vá a um dos seus shows no seu Entertainement district, com seus diversos teatros. Reservas e compras em  http://www.mirvish.com/
   Termine a noite em um restaurante de um dos seus bairros étnicos. Existem distritos de diversas origens: italiano, coreano, polonês , grego, indiano e claro, canadense. Descrições e reserva online de restaurantes no superprático http://www.opentable.com/ , inclusive com aplicativo para iphone.
   Ainda deu tempo para um passeio rápido pela Bloor street, área de grifes e de restaurantes chiques, região dos ricos da cidade, com lugares bonitos e de bom gosto. Para chegar lá, pegue o metro TTC para a estação Bay.
   Há muita coisa a mais para ver e fazer em Toronto. Precisamos de novas visitas para ir a seus parques e a outros bairros, ou quem sabe a um jogo de hoquei ou basquete. Ficam as boas embranças enquanto embarcamos para nossa próxima etapa: Montreal via Ottawa

Canadá do leste. Vá de trem

   Enquanto no oeste canadense a grande atração é a beleza das suas montanhas e florestas de pinheiros, no leste canadense, apesar das suas belezas naturais, as grandes cidades despontam como os endereços mais cobiçados a turistas ávidos por novos conhecimentos.
   Partindo deste princípio, desejei evitar o excesso de voos, com seus check ins demorados e cuidados de segurança inflados. A opção óbvia poderia ser um automóvel, mas resolvi conhecer esta região de outra forma: de trem.
   Os trens europeus são uma paixão que guardo desde muito, e a possibilidade de viajar cortando lindas paisagens, sem a preocupação de se apresentar para o embarque 2-3 horas antes, me pareceram bem convidativas neste percurso entre cidades. Optei por iniciar a viagem por Toronto, porta de entrada mais tradicional do país e, a partir daí, fazer um circuito de trem entre Toronto e Ottawa, depois Montreal , e por fim Quebec- a cereja do bolo.
   Depois de não muto pesquisar, encontrei o simpático site da VIARAIL CANADA http://www.viarail.ca/en , onde você poderá obter todos os valores de passagens e passes de trem para viajar por este imenso país. O meu planejamento e compra foi todo pelo site e, em terras canadenses, tudo funcionou perfeitamente bem. É importante estar alerta para as distâncias entre as cidades e o tempo de viagem para se planejar bem. Faça com bastante antecedência a sua compra e poderá obter tarifas bem especiais.
   É importante ressaltar que você não estará na Europa. As estações de trem de Ottawa e de Quebec, por exemplo, não são centrais, e você terá que ir de taxi para o centro da cidade. As opções de horários são muitas, mas não tão ricas como a de uma rede alemã de trens. O conforto e limpeza dos trens é excelente, como seria de se esperar. Os lanches, contudo, vendidos a bordo, não são grande coisa e recomendo a você se programar para embarcar levando seu lanchinho.
   Algo que achei bacana é o serviço de check in de bagagens, que é feito antes do embarque. Ao contrário de trens europeus, em que você segue para o mesmo por conta própria, nos trens canadenses forma-se uma fila perto da hora do embarque, faz-se a entrega de tickets e o check in das bagagem neste momento. A exceção foi Ottawa, onde fiz o check in das bagagens em um balcão próprio nas estação. Não se preocupe.  Os canadenses são muito solícitos e educados. Você não terá dificuldades, ou aquela cara por parte do controlador de bilhetes, fulo da vida, por achar que você deveria já conhecer todo o procedimento de embarque, como acontece no seu vizinho debaixo.
   Simplesmente adorei e aconselho esta forma de transporte como uma opção para conhecer o leste canadense.
   Distâncias e preços médios de passagens nos trechos realizados:

TORONTO- OTTAWA – 4 H 30 MIN ( 78 CAD)
OTTAWA- MONTREAL- 1H 30 MIN ( 35 CAD)
MONTREAL- QUEBEC- 3H 10 MIN ( 50 CAD)

   Nos próximos posts falaremos das cidades canadenses do leste.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Vancouver . A Metrópole do Oeste canadense

   Vancouver é o tipo de cidade que tem o espirito canadense, em toda a sua plenitude. Limpa, organizada, com transporte público eficiente, universidades tradicionais, distribuição social equitativa, saúde pública avançada e de qualidade. O que mais se pode querer de uma cidade?
   Esta metrópole, no oeste da América do Norte, a ultima grande cidade do norte das Américas beirando a pacífico é, na verdade, parte ilha ,parte continente.
   Se não tem o frio polar de outras regiões do país, tem a fama de conviver de forma tão habitual com sua maior companheira, a chuva, que muitas pessoas já até abandonaram o hábito de usar guarda-chuvas para se proteger. Por isto muitos a chamam de raincouver.
   O avanço das grandes ferrovias que exportavam as riquezas canadenses e a localização -uma abertura para o distante Oriente- a tornaram em ponto de atração para imigrantes de toda a Ásia. Seu aspecto cosmopolita e seus sotaques e ideogramas chineses são um contraste interessante, seja em sua grande chinatown, ou mesmo pelos sinocanadenses tão comuns por toda a cidade,
Como toda cidade à beira mar, Vancouver tem o seus encantos.

   Trata-se de uma grande metrópole, com seu centro (downtown) repleto de prédios gigantescos, os típicos bancos e corporações canadenses e também de poli-nacionais( antigas multinacionais), que se acotovelam para caber em seu relativamente pequeno espaço. Lá ficam boas opções de hospedagem, como o charmoso hotel Le soleil <,www.hotellesoleil.com> as ruas de comércio de grifes internacionais, com a Robson street como seu ponto mais tradicional, e pessoas que vão e vem. Admiramos as suas fisionomias, nós habitantes do sul, pela heterogeneidade de tipos físicos, algo mais raro por nossas bandas. Traçados em tabuleiros de xadrez, gente, gente, gente...
   Fugindo desta área central, encontramos um bairro muito interessante, que já abrigou trabalhadores de menor poder aquisitivo no passado. Hoje, com seus prédios de tijolos vermelhos, que parecem armazéns, repletos de lojas e restaurantes- mais simpáticos e menos opressores que os tijolinhos dos prédios ingleses- torna-se um dos pontos mais interessantes desta cidade. Apesar de um tanto too much turística, esta região tem charme e é o lugar ideal para se passear e se beber uma cerveja, uma taça de vinho branco canadense, ou um chocolate quente: trata-se de Gastown.

   É curioso saber que um daqueles administradores geniais, no passado, chegou a pensar em destruir este bairro. Tal empreitada gerou uma das maiores revoltas populares locais, só comparável a comemorações de títulos de campeonatos de hóquei dos Canucks. Para o bem de todos, o bairro sobreviveu, e está lá a sua espera.
   Além de Gastown, é agradável passear por outros pontos bem próximos. Caminhando de Gastown ou do centro, você chega facilmente ao Canada Place. um centro de convenções com um grande hotel de onde partem os diversos cruzeiros semanais, com rumo ao norte – principalmente o Alasca. Seus tetos em vela são uma marca da cidade e a visão da baía é particularmente bela deste ponto..

   Um outro passeio imperdível é o Stanley Park. Com seus diversos jardins, sequóias centenárias,esculturas, e muito verde, é um local bacana para se olhar a cidade e a baía, com uma bela silhueta da formosa Vancouver.

   O aquário da cidade é uma outra atração bastante conhecida, com suas mais de 60000 espécies marinhas do pacífico ou perioceânicas, valendo uma visita.
   Gostei muito da menos comentada Garnville island. É charme puro. E´um dos pontos mais interessantes da cidade, com seu mercado, suas lojas, sua visão de barcos e pontes, sua riqueza de tipos e de lojinhas de comércio e de arte.

Há restaurantes bacanas e acredito ser o local perfeito para se curtir um final de dia, fugindo do burburinho de grande metrópole. Aconselho frutos do mar, sempre maravilhosos e frescos. A conselho, pela beleza e excelentes pratos  o Bridges restaurant <www.bridgesrestaurant.com>

   Vancouver, esta pérola do pacífico canadense justifica uma visita, seja para apreciar suas belezas naturais, seja para constatar in loco a sua qualidade de vida, comparável a poucas cidades no mundo.

No próximo post , vamos passear pelo Leste Canadense, de trem..