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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Uma Noite na Ópera

    Há eventos que são inigualáveis.
Um festival de música, jogos esportivos, festas populares, etc...
Ninguem esquece um show de um grupo que assistiu, e que não existe mais, ou de uma grande decisão de futebol. Vira tudo passado, mas fica lá dentro da nossa memória para sempre.
De vez em quando, vamos lá, puxamos aquele momento escondidinho em nosso cérebro e ficamos felizes com as lembranças...
Estava em Viena, na Austria e resolvi ir a uma estréia de uma ópera. Tratava-se do Rigoletto ,da famosa ária La Donna é Mobile    < http://www.youtube.com/watch?v=8A3zetSuYRg>
Entrei no site da Opera de Viena, uma das maiores casas de Opera do mundo e resolvi arriscar http://www.vienna-opera.com/ .







  Era um Outubro, e ainda no Brasil, com uns dois meses de antecedência, comprei dois lugares lá no Setor B.Por incrível que posssa parecer , recebi aqui os convites em casa, na véspera da viagem, em carta comum.
Não tenho qualquer conhecimento musical e apenas gosto de música. Fui com receio, acompanhado por minha esposa. Seriam 3 horas de espetáculo com meia hora de intervalo....
Para a nossa surpresa, não havia ninguem de smoking, mas de ternos, sinais dos tempos menos formais.

Entramos no lindo teatro, passeamos por suas escadarias centenária com decorações de outras épocas e nos sentimos voltando a um passado bonito e glorioso.
Por debaixo de luzes de candelabros de cristais,  abriu-se uma portinha e fomos nos instalar em nossas cadeiras, lá em cima, vendo toda a imensidão do teatro á nossa frente.
A ópera é um ritual de silêncio e de admiração de todos. Não se ouve um espirro, fora o espetáculo.

Teatro lotado. Entra o maestro e apresenta a orquestra. Começam os atos da ópera. Um aparelhinho com LED vermelho passa as frases em alemão e em inglês, o que somado ao italiano dos cantantes, possibilitam que entendamos a trama. Seguem os atos, as cenas, os dramas e rapidamente nos vemos envolvidos pela história.
Meus Deus, pensei: Acreditava que seria chato, demorado e, após um dia rodando pela cidade, que desejaria o final o mais rápido possível.
Estava enganado. A encenação, em sua magnitude e emoção vai nos consumindo aos poucos. Passamos a sofrer com a história. Passamos a odiar os vilões e a torcer pelos mocinhos.
Intervalo...
Tontos pelo espetáculo, andamos pelos corredores da ópera observando pessoas de todas as raças e culturas naquele momento de congregação pela arte, pela música e pela genialidade daquela criação.
Voltamos aos nossos lugares. De novo o maestro, a orquestra e a ópera recomeça.
O componente dramático vai crescendo. Começamos a nos emocionar pela história.
Chega-se ao final.
Corpos falecidos de personagens. Amores perdidos, vingança, inveja. Punições da vida por atos egoístas. Amores idos. 
Tudo isso é uma ópera. Ou seja, a própria representação da vida..


Sou mais um que se apaixonou, junto com minha esposa , por aquele espetáculo de vida. Todo alí simbolizado, com tanta maestria. Entendi porque tem tantos fãs pelo mundo todo.
Saímos, fomos dormir, e nunca mais fomos os mesmos....

2 comentários:

  1. Parabéns!
    Você conseguiu colocar as emoções nas palavras!

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  2. Você soube, com maestria,descrever a emocão de assistir a uma ópera.

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