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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

E se as baleias nos visitassem

  Todos os anos, o litoral da Bahia recebe ilustres --e imensos-- visitantes. São as baleias jubarte, que de julho a outubro podem ser avistadas por turistas.

 Na Praia do Forte, município de Mata de São João (a 40 minutos de Salvador), os visitantes embarcam em escunas para fazer o chamado "whalewatching" (observação de baleias).

  A visão das baleias é algo inesquecível, emocionante. Ver aquele grande animal em seus movimentos, como que brincando a sua frente, é simplesmente fantástico.
O único problema é que para chegar até lá é necessário um passeio de barco, que dependendo do humor dos oceanos, pode não ser tão prazeroso assim.
O mesmo acontece em passeios para ver baleias em outros países com Canadá e Estados Unidos e etc...

   Já imaginou se existisse uma cidade á beira mar, onde você pudesse simplesmente passear por sua praia, calçadões, ou mesmo sentar na mesa de uma bar ou restaurante, observando as baleias...

Isto mesmo.  Você alí  sentadinho, conversando sobre a vida, e de repente, olha para a praia em sua frente e vê uma, duas.... cinco, seis, sei lá quantas baleias. E se forem baleias grandes como as baleias francas. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Baleia-franca). Em um momento você observa uma nadadeira, em outro um grande salto cetáceo.
  Se você tiver um binóculos, então, verá mais dezenas de baleias mais ao fundo.
E se esta cidade tiver  um homem que sopra um grande instrumento, que lembra um berrante retorcido, para chamar as baleias. Sim, um encantador de baleias....
E se um aviãozinho voasse por cima da praia para o jornal local, cuja manchete no dia seguinte for o número de baleias que a cidade recebeu naquele dia...
E para completar, imponentes montanhas, restaurantes de frutos do mar deliciosos, vinhos deslumbrantes, preços honestos.
parece ficção científica, mas não é....

Este lugar existe e chama -se Hermanus.      (http://www.hermanus.co.za/) ,  (http://hermanus.com/)





  O mar riquíssimo em nutrientes de sua costa, torna esta região um deleite para a vida marinha. Peixes deslumbrantes, tubarões gigantes , pinguins e baleias de montão.
Estou falando de uma cidade na costa sul de um dos países mais deslumbrantes do mundo: a África do Sul.


Hermanus é conhecida entre eles como a capital mundial das baleias, o que é para lá de justo.

Fica perto da Cidade do Cabo em um caminho pelo litoral que parece uma niemeyer do Rio a mais ou menos duas horas de viagem.
 Tendo eu  chegado ao quarto de um pequeno hotel por lá, a proprietária, ao abrir a janela com vista para o mar , me disse: THEY ARE LAZY TODAY (elas estão preguiçosas hoje).

 Dois segundos depois, elas estavam lá, pulando, nadando, brincando com seus filhotes. Simplesmente inesquecível.
A beleza daquele nobre animal pulando no mar azul , hoje livre dos arpões dos pescadores, me deu uma sensação de liberdade que me fez gostar mais de viver...


Fiquei honrado com a visita. As baleias é que pareciam vir nos visitar ,seres  tão pequenos e sem nenhuma graça , e não o contrário...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O outro lado da moeda: o show de dança folclórica Húngara

Tendo crescido na capital do país, ainda fazem parte de minha memória os ballets de dança folclórica dos então países soviéticos que , por muitas vezes, passaram pelos teatros e ginásios de Brasília.

A música alegre, os trajes muito ricos, as mulheres de traços afilados e que pareciam deslizar sobre o palco em sua longas e coloridas vestes, as danças masculinas como um duelo de pernas ( que tentava em vão imitar ), são imagens de uma infância. Era de uma alegria e riqueza impressionantes. Me sonhava visitando aldeias russas e cidades estranhas e belas na Ucrânia. A propaganda soviética de camponeses alegres e bonitos tinha no ballet folclórico russo uma de suas raras  e interessantes faces.

Dentro deste espírito, em visita á linda Budapest, na Hungria, comprei bilhetes para um ballet folclórico oficial Húngaro.

O show começava à 20 hs. Seria em Pest. Estava hospedado em Buda. Portanto,estava do lado contrário do rio danúbio, que divide a linda cidade em duas. Planejamos naquele dia visitar este lado da cidade para terminarmos a noite com o show de folclore húngaro.

Eram ainda 19 hs quando chegamos á frente ao teatro do Hungarian State Folk Ensemble em Vigadó Hall, Corvin tér 8. I.

Como todos os prédios na cidade, um lindo teatro de arquitetura um dia majestosa e que os anos de socialismo deixaram com uma aparência de prédio público no Brasil. Um pouco descuidado dentro de sua possível beleza.

Após algumas voltas pelo hall de entrada, observando hordas de turistas japoneses e alguns americanos, entramos no teatro( com um aspecto de teatro da escola parque de Brasília) e fomos aos nossos lugares.

Inicia-se o show folclórico. Vão cenas e mais cenas de danças, muito semelhantes entre si, com muitos dançarino homens e algumas poucas cenas com mulheres. Não há a beleza nem a riqueza do ballet russo. Mas o erro é meu, que dentro da minha ignorância, tinha a expectativa de ver algo que fosse meio russo, e não húngaro. O país de Puskas definitivamente não gosta dos russos.



http://www.budapest-tourist-guide.com/hungarian-folk-programs-in-budapest.html

 Mas, no desenvolvimento da dança, começo a notar algo curioso . Roupas com calças largas e camisas brancas com coletes, botas escuras e longas.. Passinhos para cá, botas sendo batidas no chão e em movimentos laterais dos pés batendo nas mãos.... Um porrada de homem dançando juntos.

Olho para minha esposa e , em explosão, nos dizemos: Isso é dança gaúcha!!!

O espetáculo passa então a ter um sentido dentro de sua longa monotonia. Rimos por restantes 45 minutos, vendo como chegamos tão longe para entrar em um show de um Centro de Tradições Gaúchas.

Noite finda, taxi para hotel. Caminho mais longo para enganar os turistas- como tradição em” ex repúblicas populares”- e uma noite de sono intranquilo porque acordávamos de vez em quando para rir.

Como o mundo pode ser parecido.. Talvez, por um obscuro passado, os nossos pampeiros, com muito mais sal e pimenta, tenham algo de húngaro...